YOUCAT


YOUCAT


Por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude, a Igreja publicou o  Catecismo da Igreja Católica em uma edição jovem. YOUCAT

Youcat é o catecismo para os jovens. É um verdadeiro presente de Papa Bento XVI para os cristãos e principalmente para os jovens!
A intenção é ”traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no seu mundo”.
 “Espero que muitos se deixem cativar por este livro”
 Confira as Palavras do Santo Padre, Papa Bento XVI sobre o Youcat:

O nosso blog tem a alegria de transcrever algumas das 527 perguntas e respostas diretas que abordam assuntos da vivência cotidiana da fé católica respondendo as principais dúvida dos jovens.


Queridos jovens amigos!

Hoje, aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário.

É extraordinário pelo seu conteúdo, mas também pelo modo pelo qual é formado, que eu desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender sua particularidade. Youcat originou-se, por assim dizer, de uma outra obra, que surgiu em meados dos anos 80. Era um período difícil para a Igreja, assim como para a sociedade mundial, durante o qual se sugeriu a necessidade de novas orientações para encontrar uma estrada rumo ao futuro. Após o 
Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mutante clima cultural, muitas pessoas não sabiam mais corretamente em que os cristãos deveriam propriamente acreditar, o que a Igreja poderia ensinar, se ela poderia ensinar algo a todas as pessoas, e como tudo isso poderia adaptar-se ao novo clima cultural. O Cristianismo enquanto tal não está superado? Pode-se, ainda hoje, racionalmente, ser crentes? Essas são perguntas que ainda hoje muitos cristãos se colocam. O Papa João Paulo IIresolveu tomar uma decisão audaciosa: decidiu que os bispos de todo o mundo escreveriam um livro, através do qual responder a essas perguntas.

Por que tudo isso?

Já então, no tempo de produção do CIC, constatamos não somente que os continentes e as culturas dos seus povos são diferentes, mas também que, no interior das sociedades em individual, existem diversos "continentes": o operário tem uma mentalidade diferente daquela do agricultor, e um físico diferente daquela de um filólogo; um empreendedor diversa daquela de um jornalista, um jovem diferente daquela de um ancião. Por esse motivo, na linguagem e no pensamento, devemos colocar-nos acima de todas essas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre os diferentes universos mentais; com isso, tornamo-nos sempre mais conscientes de como o texto sempre pedia novas "traduções" nos diferentes mundos, para poder chegar às pessoas com suas diferentes mentalidades e diferentes problemáticas. Desde então, nas 
Jornadas Mundias da Juventude (Roma, Toronto, Colônia, Sydney), encontraram-se, provenientes de todo o mundo, jovens que desejam crer, que estão na busca de Deus, que amam a Cristo e desejam estradas comuns. Nesse contexto, perguntamo-nos se não deveríamos buscar traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no mundo deles. Naturalmente, também entre os jovens de hoje há muitas diferenças; assim, sob a comprovada liderança do Arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, formou-se um Youcat para os jovens. Espero que muitos jovens se deixem fascinar por este livro.

Algumas pessoas dizem-me que o catecismo não interessa à juventude hodierna; mas eu não acredito nessa afirmação e estou seguro de que tenho razão. A juventude não é tão superficial como é acusada de ser; os jovens querem saber de que consiste verdadeiramente a vida. Um romance criminal é emocionante porque nos envolve no destino de outras pessoas, mas que poderia ser também o nosso; este livro é emocionante porque nos fala do nosso próprio destino e, por isso, está intimamente relacionado a cada um de nós.

Por isso, convido-vos: estudai o catecismo! Esse é o meu desejo, de coração.

Esse subsídio ao catecismo não vos engana; não oferece soluções fáceis; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a "pérola preciosa" (Mt 13, 45) pela qual preciso dar tudo. Por isso, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo para isso! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, leiai-o em duplas, se sois amigos, formais grupos e redes de estudo, trocai ideias pela Internet. Permanecei, de todos os modos, em diálogo sobre a vossa fé!
Deveis conhecer aquilo em que acreditais; deveis conhecer a vossa fé com a mesma paixão que um especialista de informática conhece o sistema operacional de um computador; deveis conhecê-la como um musicista conhece a sua obra; sim, deveis ser bem mais profundamente enraizados na fé da geração dos vossos genitores, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade do auxílio divino, se a vossa fé não quer secar como uma gota de orvalho ao sol, se não desejais sucumbir às tentações do consumismo, se não desejais que o vosso amor se afogue na pornografia, se não desejais ignorar os fracos e as vítimas de abusos e violência.

Se vos dedicais com paixão ao estudo do catecismo, desejo ainda dar-vos um último conselho: sabeis todos de que modo a comunidade dos fiéis foi, nos últimos tempos, ferida pelos ataques do mal, pela penetração do pecado em seu interior, também no coração da Igreja. Não tomai isso como pretexto para fugir do olhar de Deus; vós mesmos sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor nesta Igreja, toda a vez que os homens tiverem obscurecido o rosto. "Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor" (Rm 12, 11).

Quando Israel estava no período mais negro de sua história, Deus chamou em auxílio não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; Jeremias sentiu-se investido de uma missão muito grande: " Ah! Senhor Javé, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança!" (Jr 1, 6). Mas Deus não se deixou induzir em erro: "Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar" (Jr 1, 7).

Abençoo-vos e rezo todos os dias por todos vós.


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PRIMEIRO CAPÍTULO DO YOUCAT
Para que estamos no mundo?


Estamos no mundo para conhecer e amar Deus, para fazer o bem segundo a Sua vontade e um dia ir para o céu (1-3, 358)

Ser pessoa humana significa vir de Deus e ir para Deus. Nós vimos de mais longe que dos nossos pais. Nós vimos de Deus, do qual provém toda a felicidade do Céu e da Terra, e somos esperados na Sua eterna e ilimitada bem-aventurança. Entretanto, vivemos neste mundo. De vez em quando, sentimos a proximidade do nosso Criador;  frequentemente, não  sentimos mesmo nada. Para encontrarmos o caminho para casa, Deus enviou-nos o Seu filho, que nos libertou do pecado, nos salvou de todo o mal e nos conduz infalivelmente à verdadeira Vida. Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).


Porque Deus  nos criou?
Deus criou-nos por livre e desinteressado amor. (1-3)

Quando uma pessoa ama, o seu coração transborda. Ela deseja partilhar a alegria com os outros. Nisso ela parece-se com o seu Criador. Embora Deus seja um mistério, podemos pensá-LO de um modo humano e dizer: Ele criou-nos a partir do “excesso” do Seu amor. Ele queria partilhar a Sua infinda alegria conosco, criaturas do Seu amor.




Porque procuramos Deus?

Deus colocou no nosso coração um desejo: procurá-LO e encontrá-LO. Santo Agostinho diz: “Tu criaste-nos para Ti e o nosso coração está inquieto até encontrar o descanso em Ti.” A este desejo de Deus chamamos Religião.  Por religião pode entender-se genericamente uma relação para com o Divino. Uma pessoa religiosa reconhece algo Divino como poder que a criou a ela e ao mundo, do qual ela é dependente e para o qual ela está orientada. Ela quer, mediante o estilo de vida, agradar ao Divino e venerá-LO.

A busca de Deus é natural na pessoa humana. Toda a sua aspiração pela verdade e pela felicidade é, no fundo, uma busca daquilo que a sustenta absolutamente, que a satisfaz absolutamente, que a torna absolutamente útil. Uma pessoa só está totalmente consigo própria quando encontrou Deus. “Quem procura a verdade procura Deus, seja isso evidente ou não para ela.” Santa Edith Stein. (5,281-285)



Podemos descobrir Deus com a nossa razão?

Sim, a razão humana pode, seguramente, descobrir Deus. (31-36,44-47)

O mundo não pode ter origem nem fim em si mesmo. Em tudo o que existe está mais do que aquilo que se vê. A ordem, a beleza e o desenvolvimento do mundo apontam para fora de se mesmos e remetem para Deus. Cada pessoa humana está aberta ao Verdadeiro, ao Bom e ao Belo. Ela escuta, dentro de si, a voz da consciência, que a impele para o bem e adverte mal. Quem segue esta pista encontra Deus.



Porque há pessoas que negam a Deus, se elas O podem descobrir pela razão?

Descobrir Deus invisível é um grande desafio para o Espírito humano. Muitos, perante isso, recuam de medo. Alguns também não querem descobrir Deus precisamente porque, então, teriam de mudar a sua vida. Quem diz que a questão de Deus é absurda, porque insolúvel, torna o assunto demasiado simples.
Pode Deus de alguma forma abarcar-Se em conceitos? Pode falar-se razoavelmente Dele?

Embora nós, seres humanos, sejamos limitados e a infinita grandeza de Deus nunca se ajuste aos conceitos humanos, podemos, no entanto, falar acertadamente sobre Deus. (39-43,48)

Para fazermos afirmações sobre Deus, utilizamos imagens imperfeitas e noções limitadas. Cada dito sobre Deus situa-se, portanto, sob a condição de que a nossa linguagem não está à altura da grandeza de Deu. Assim, temos continuamente de purificar e melhorar o nosso discurso
 sobre Deus. 


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